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A VIRGEM DE LA SALETTE, MÃE DAS LÁGRIMAS

A VIRGEM DE LA SALETTE, MÃE DAS LÁGRIMAS

Todas as mães têm várias formas de demostrar cuidado, amor, carinho, preocupação, interesse pelos seus filhos. Eis algumas destas formas: um conselho, uma oração, uma correção, uma conversa, um abraço, um beijo, uma lágrima. As lágrimas são o último recurso de uma mãe. Fazendo uso deste último recurso que estava a seu dispor, Nossa Senhora, Mãe de Jesus, aparece a duas crianças nos Alpes franceses em setembro de 1846 para lembrá-los o que facilmente um filho esquece, para trazê-los de volta ao verdadeiro Caminho, que é seu Filho.

Pouco mais de 30 anos depois da Revolução Francesa, os efeitos nefastos para os valores cristãos já se faziam presentes. O berço das ideias revolucionárias foram se desdobrando na (muitas vezes triste) realidade que vivemos hoje. Nossa Senhora aparece em La Salette como Mãe compassiva que jamais esquece de seus filhos. Conversa com Maximino e Melânia, “reza por eles”, como Ela mesmo lhes fala: “Há quanto tempo sofro por vós! E vós, nem fazeis caso!”. Ela lhes abraça, de um modo tão próximo que as próprias crianças narrando a Aparição dizem mais tarde: “Ninguém poderia passar entre a Bela Senhora e nós!”.

A Virgem ainda lhes corrige, de várias formas e maneiras como uma Mãe preocupada faz com seus filhos: “Se a colheita se estraga, é por vossa causa! […]. Os carroceiros não sabem jurar sem usar o Nome de meu Filho. […]. Fazeis bem, vossa oração, meus filhos?”. E quando as crianças confessam sinceramente que não rezam, a Virgem Maria, lhes dá um conselho amável: “É preciso fazê-la bem! […]”. Nossa Senhora em La Salette, transmite aos pastores uma Mensagem de Esperança[1]. Uma mãe chora por ainda há esperança. Uma mãe reza porque ainda tem esperança de que seu filho mude, de que seu filho se converta. Foi assim que Maria Santíssima apareceu há quase 177 anos, suplicando, pedindo, ensinando, corrigindo, apontando o caminho que deve ser seguido e trilhado todos os dias da nossa vida.

Hoje, as mães também derramam lágrimas, a exemplo de Maria, por motivos diversos. Todas estão unidas à Mãe de Deus pelas dores, pelas lágrimas, pelas dificuldades, pelo sofrimento. Ela que atravessou o calvário junto com Jesus, quer nos ajudar a enfrentar as nossas dores pela confiança na palavra de Deus. Ela que desceu do Céu, onde já vê a Deus, para vir à terra, onde os filhos sofrem, esperando um dia chegarem lá. Maria aprendeu que Deus não elimina as nossas cruzes, mas nos dá a graça para vivê-las. Graça de transformar a dor em amor. Nenhuma mãe está sozinha. A Virgem das lágrimas, que apareceu em La Salette caminha com elas. Feliz dia das mães!


[1] São João Paulo II, Carta ao Bispo de Grenoble por ocasião do Sesquicentenário da Aparição em 1996.

Pe. Emerson Aguiar, MS.