Marcas da Santidade de Santa Paulina
Santa Paulina durante toda a sua vida apresentou marcas do seu cativante carisma. Orientada pelos padres Jesuítas, que vivem o propósito “para maior a glória de Deus”, Amábile colocava uma intencionalidade diferente em tudo que realizava. E ainda jovem alimentou e ocupou seus pensamentos com atitudes humildes e caridosas: cultivando mandioca, ajudando no zelo da capela da sua comunidade e mais tarde cuidando da cancerosa, de doentes e desfavorecidos da época. Pequenas ações, mas realizadas com uma condução fervorosa e sem vantagens para si.
Para o reitor do Santuário, Padre José Napoleão, Santa Paulina é a Santa do cotidiano “a maneira que ela conduziu sua vida e atitudes se torna muito próxima de nós, pelo fato de não precisarmos buscar grandes recursos para nos considerarmos grandes aos olhos de Deus”. Uma das marcas da devoção e história de Santa Paulina, está voltada a acessibilidade e postura realizada por ela. “As escolhas feitas por Amábile são escolhas que nós podemos realizar no nosso contexto diário”, afirma o reitor.
O caminho da santidade percorrido por Santa Paulina, se tornou estilo de vida religiosa para a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição e devotos espalhados por todo o mundo. Em março deste ano, o Papa Francisco escreveu e publicou sua terceira Exortação Apostólica. Documento no qual o Santo Padre enfatiza os modos de viver a santidade nos aspectos comuns da vida contemporânea, divididos em cinco capítulos. E teve como tema a chamada à santidade no mundo atual. Provocando uma reflexão sobre escolher a santidade como um programa de vida. O capítulo IV, apresenta as características “indispensáveis” para entender o estilo de vida da santidade. Entre estas características a suportação, paciência e mansidão, tão presentes na história de Santa Paulina.
Quem conheceu Santa Paulina fala sobre as características e a dedicação ao estilo de vida religiosa. “Ela passava horas e horas na Capela, vez enquanto ela saía, dava uma voltinha. Quando nos encontrava, pergunta se estávamos bem, sempre dizia para não esquecer das orações” descreveu Ir. Cecília Vargas, 93 anos, que vive atualmente na Comunidade do Sagrado Coração de Jesus em Santos/SP, quando tinha 14 anos e conheceu Santa Paulina.

Com os cabelos branquinhos, olhar meigo e simples, Irmã Cecília conta que Santa Paulina tinha “vida de oração e amor ao próximo”. A Irmã conheceu Santa Paulina durante os últimos dois anos da vida da Santa, “Eu comecei na Casa das Irmãs em Nova Trento e não tinha mais estudos lá naquele tempo, só até o quinto ano. Daí as Irmãs coordenadoras naquela época convidaram eu e mais duas amigas Irmãs para finalizar os estudos em São Paulo”.
Outra Irmãzinha que conheceu o estilo de vida de Santa Paulina foi Irmã Elvira Dellarosa, que atualmente está na Casa de Oração, Nova Trento/SC, com 93 anos de idade. Ela conta sobre quando viu Santa Paulina pela primeira vez: “Eu conheci Santa Paulina em janeiro de 1941, eu era aspirante. Ela nos acolhia com muita simplicidade, sempre nos dando as bênçãos”. A Irmã lembra da característica de mansidão presente na vida da primeira Santa do Brasil. “Recordo de um momento de recreação, na Capela da Casa Geral em São Paulo, e nesses momentos fazíamos muito barulho, um dia Santa Paulina estava em adoração ao Santíssimo e não percebemos. Quando ela saiu da Capela, pedimos desculpas pelo barulho e ela respondeu com tranquilidade, – Diante do Santíssimo nem uma banda me atrapalha”, afirma. Ir. Elvira Dellarosa.

Além dos seus ensinamentos para as Irmãs da Congregação, Santa Paulina cativava a todos, principalmente seus familiares. O sobrinho, Alexandre Atílio Visintainer, 101 anos, morador de Nova Trento/SC, comemorou no, último dia 2 de Março, seu aniversário no Santuário Santa Paulina. Impossibilitado de falar, sua filha Aquelina Visintainer, revela o que seu pai falava de Santa Paulina: “Ele sempre lembra de Santa Paulina, principalmente de quando ela brincava com ele”.

Em 9 de julho de 1942, faleceu Santa Paulina na Casa Geral da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição em São Paulo. Mesmo com sua morte, ela deixou grande legado e um estilo de vida religiosa para todos Irmãos e Irmãs, relembrado principalmente por quem conheceu ela.