Sobre Santa Paulina

UMA SANTA PARA O NOSSO TEMPO

Santa Paulina nasce em Vígolo Vattaro, Trentino Alto Ádige, na região norte da Itália, no dia 16 de dezembro de 1865 e recebe dos pais Antônio Napoleone Visintainer e Anna Pianezzer o nome de Amábile Lúcia Visinteiner. Era a segunda filha do casal.

Com os pais, irmãos e outras famílias da região, imigra para o Brasil em 1875 e, antes de completar dez anos, passa a morar na localidade de Vígolo, na cidade de Nova Trento, em Santa Catarina, na região sul do Brasil.

Dois anos após a chegada da família ao Brasil, a mãe de Amábile falece. Ela cuida da família até o pai casar-se novamente e também ajuda na Paróquia de Nova Trento, na Capela de Vígolo, como paroquiana engajada na vida pastoral e social.

Em julho de 1890, Amábile e sua amiga Virginia Rosa Nicolodi acolhem Angela Viviani, em fase terminal de câncer, em um casebre doado por Beniamino Gallotti, gesto que marca a fundação da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição. Após a morte da enferma, em 1891, junta-se a elas Teresa Anna Maule, mais uma entusiasta dos ideais cristãos.

O trio fundacional da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição transfere-se para o centro da cidade de Nova Trento em 1894, após receber em doação o terreno e a casa de madeira dos generosos benfeitores João Valle e Francisco Sgrott, no local onde atualmente está instalado o Centro de Espiritualidade Imaculada Conceição (CEIC).

ITINERÂNCIA MISSIONÁRIA

Em 1903, Santa Paulina é eleita, pelas Irmãs, superiora geral para um mandato vitalício. Nesse mesmo ano, deixa Nova Trento para cuidar dos ex-escravos idosos e crianças órfãs, filhas de ex-escravos e pobres no bairro Ipiranga, em São Paulo. Recebe apoio do Padre Luiz Maria Rossi e a ajuda de benfeitores, em especial do conde Dr. José Vicente de Azevedo.

A Congregação cresce nos estados de Santa Catarina e São Paulo. Em 1909, as Irmãs assumem a missão evangelizadora na educação, na catequese, no cuidado às pessoas idosas, doentes e crianças órfãs. Nesse mesmo ano, Santa Paulina é deposta do cargo de Superiora Geral pela autoridade eclesiástica e enviada para Bragança Paulista, a fim de cuidar de doentes e asilados, onde testemunha humildade heroica e amor ao Reino de Deus. Compreendendo que a obra é de Deus e não sua.

Depois de submeter-se humildemente nove anos naquela missão, Santa Paulina é chamada a viver na Sede Geral da Congregação, onde testemunha uma vida de santidade e ajuda na elaboração da história da Congregação e no resgate do Carisma Fundante. Acompanha e abençoa as Irmãs que partem em missão para novas fundações. Alegra-se com as que são enviadas aos povos indígenas em Mato Grosso, em 1934. Rejubila-se com o Decreto de Louvor dado pelo Papa Pio XI, em 1933, à Congregação.

Santa Paulina morre aos 76 anos, na Casa Geral em São Paulo, dia 9 de julho de 1942, com fama de santidade, pois viveu em grau heroico as virtudes de fé, esperança e caridade e demais virtudes.

 

BEATIFICAÇÃO E CANONIZAÇÃO

O primeiro milagre foi registrado em Imbituba (SC), no qual foi reconhecida a cura instantânea, perfeita e duradoura de Eluíza Rosa de Souza, que possuía uma doença complexa: a morte intra-uterina do feto e sua retenção por alguns meses; extração com instrumentos e revisão do útero, seguida de grande hemorragia e choque irreversível. O caso foi discutido e, posteriormente, o Santo Padre ratificou em decreto aprovando as conclusões da Congregação para as Causas dos Santos.

Já o segundo milagre comprovado ocorreu com a menina Iza Bruna Vieira de Souza, de Rio Branco (AC). Ela nasceu com má formação cerebral, diagnosticada como “meningoencefalocele occipital de grande porte”. No quinto dia de vida, foi submetida, embora anêmica, a uma cirurgia e, depois de 24 horas, apresentou crises convulsivas e parada cardiorrespiratória.

A avó da menina, Zaira Darub de Oliveira, rezou à Madre Paulina durante toda a gestação da filha e também durante o período no hospital. A menina Iza Bruna foi batizada no próprio hospital, dentro do balão de oxigênio, e logo se recuperou. A cura foi atestada pelo Santo Padre e, no dia 19 de maio de 2002, o São João Paulo II canonizou Santa Paulina, reconhecendo suas virtudes em grau heroico: humildade, caridade, fé, simplicidade, vida de oração, entre outras.

 

CRONOLOGIA 

  • 16 de dezembro de 1865 – Nasce Amábile Lúcia Visintainer.

  • Outubro de 1875 – Amábile  chega ao Brasil.

  • 12 de Julho de 1890 – Amábile funda a Congregação.

  • 7 de dezembro de 1895 – Amábile faz seus votos religiosos e passa a ser conhecida como Irmã Paulina do Coração Agonizante de Jesus, a Madre Paulina.

  • 2 de fevereiro de 1903 – Madre Paulina transfere-se para São Paulo.

  • 29 de agosto de 1909 – Madre Paulina é deposta do cargo de superiora geral.

  • 1918 – Madre Paulina retorna para São Paulo.

  • 19 de maio de 1933 – Recebe o Decreto de louvor de sua obra, concedido pelo Papa Pio XI.

  • 18 de março de 1938 – O braço direito da Madre Paulina, que era diabética, é amputado.

  • 09 de julho de 1942 – Madre Paulina morre, aos 76 anos.

  • 23 de setembro de 1966 – Eluíza Rosa de Souza (Imbituba-SC) sobrevive a uma hemorragia interna e choque irreversível. Em seu peito foi colocado um pedaço de roupa de Madre Paulina e ela foi curada.

  • 18 de outubro de 1991 – Madre Paulina é Beatificada, em Florianópolis, por São João Paulo II.

  • 5 de junho de 1992 – Iza Bruna Vieira de Souza nasce com um tumor da cabeça. Operada, sofre convulsões cerebrais e, aparentemente, sem chance de sobreviver. A avó coloca um retrato de Madre Paulina perto da menina. Vinte e quatro horas, após ser batizada, a menina recupera a saúde.

  • 19 de maio de 2002 – Madre Paulina é Canonizada, na Praça de São Pedro, e passa a ser chamada de Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus.
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