Foto: amazonianarede.com.br
A assembleia especial do Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazônica vai se reunir no Vaticano. Cerca de 250 bispos católicos dessa área, que engloba nove países, foram convocados pelo papa Francisco para, durante três semanas, se ocuparem com o tema Amazônia – novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral.
Atualmente há novos interesses nacionais e internacionais voltados para a grande Amazônia, em vista de sua imensa floresta tropical, sua biodiversidade inigualável, das riquezas minerais no subsolo, muita terra cultivável e cerca de 15% de toda a água doce do mundo. Além disso, vivem na Amazônia centenas de grupos indígenas, em parte já dizimados ao longo dos séculos, que estão cada vez mais temerosos no tocante às suas terras, suas tradições culturais. O futuro de todos eles está em jogo na questão amazônica.
Atentos e sensíveis às demandas do ambiente e dos habitantes da grande Amazônia, os bispos católicos da América Latina já se pronunciaram em diversas ocasiões sobre os riscos de uma relação econômica predatória com a natureza. É um equívoco pensar que o sínodo da Amazônia vai tratar somente de questões ambientais. O documento preparatório já amplia o horizonte, incluindo o ser humano na preocupação ambiental, pois ele não é um elemento estranho nem indiferente à questão ambiental. Desde o papa São João Paulo II o discurso da Igreja Católica usa o conceito de “ecologia integral”, que contempla o homem como agente responsável e como vítima das questões ecoambientais. Por isso o sínodo também tratará das muitas formas de pobreza e falta de perspectivas de futuro das populações da Amazônia. Da mesma forma, tratará das migrações, da urbanização e dos povos originários e suas culturas, que merecem o devido respeito e consideração nas políticas sociais, econômicas e culturais.