Um grande sonho, iniciado em 2019, tornou-se realidade para três congregações, na tarde do dia 16 de fevereiro de 2022, na Sede Geral da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, em São Paulo (SP). As Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora do Amparo, Missionárias de Santo Antônio Maria Claret e Irmãzinhas da Imaculada Conceição enviaram Irmã Alessandra Santana (CIIC) e Irmã Lidiane Alves de Carvalho (CFA) para a missão nas Filipinas, onde já está Irmã Yovita Velariyati Bau, a terceira integrante da nova comunidade intercongregacional.
A celebração eucarística, presidida pelo padre Eduardo Calandro, contou com a presença da Irmã Dulcinea Ribeiro de Almeida, superiora geral das Missionárias Claretianas; e da Irmã Rosane Lundin, coordenadora geral das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, além de religiosas das três congregações. Irmã Silma Maria de Araújo, superiora das Franciscanas de Nossa Senhora do Amparo, acompanhou a celebração virtualmente.
Durante a homilia, padre Eduardo enfatizou que é preciso ter capacidade de escuta e presença para ir para uma missão. “Acredito que vocês estão indo para um lugar para cuidar dos mais vulneráveis, daqueles que mais precisam. Olhem, enxerguem a pessoa, depois façam o que precisa ser feito. A primeira coisa é perceber, escutar e cuidar da pessoa”, explicou o celebrante.
Iluminada pelo Espírito Santo, Irmã Lidiane manifestou o desejo de vivenciar o Reino de Deus que já se faz presente junto ao povo filipino. “Quero partilhar com o povo de Filipinas esta experiência da partilha e da comunhão. Anunciar o Reino de Deus não só com palavras, mas com ações”, declarou.
“O projeto é de Deus. O que vai ser e como vai ser, só o tempo vai dizer, porque Ele que vai conduzir o processo e toda a história da missão”, disse Irmã Alessandra, que iniciou seu discurso tocando e cantando a música “Por uma grande missão”, composta por Dom Pedro Brito Guimarães.
Ao final da missa, antes de serem ungidas pelo celebrante, Irmã Lidiane e Irmã Alessandra receberam uma vela acesa, um par de chinelos e a bandeira de Filipinas. Irmã Silma, de forma virtual, também deixou sua mensagem para as jovens missionárias: “Minhas filhas, Alessandra e Lidiane, que Deus as abençoe e que vocês possam sempre deixarem ser abençoadas por Deus. Esta luz, que representa Jesus Cristo que vocês receberam, brilhe na vida de vocês. Vão sem medo, confiem na providência divina, ela estará com vocês, contando com o amparo de Deus e da Virgem Maria”.
As participantes da celebração organizaram um grande corredor na saída da capela, por onde as duas Irmãs passaram e, assim, foram enviadas para missão.
Passo a passo da missão
“Passo a passo, sempre em frente”, já dizia Santa Paulina. Assim foi o processo até chegar o dia de partir para Filipinas.
Em 2018, ao final do Seminário da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, aconteceu uma reunião com as Irmãs que estavam na Missão Ad Gentes e com as que gostariam de ir para além fronteiras. Irmã Alessandra provocou Irmã Roseli Amorim, coordenadora geral na época, sobre o motivo de a Congregação ainda não ter chegado à Ásia.
Irmã Roseli guardou no coração e, durante um encontro da União Internacional das Superioras Gerais (UISG), em Roma, no ano de 2019, iniciou um diálogo sobre abrir uma comunidade na Ásia com Irmã Dulcinea. Irmã Silma também passou a fazer parte dessa conversa e aceitou participar do projeto intercongregacional.
A princípio, a ideia era abrir a comunidade no Timor Leste, mas não foi possível. Como as Missionárias Claretianas já estavam estabelecidas nas Filipinas, este foi o país escolhido para acolher a nova comunidade.
Com o início da pandemia, o sonho de partir para as Filipinas continuou a ser gestado no coração das três Congregações. Com o acompanhamento das superioras gerais, Irmã Lidiane, Irmã Yovita e Irmã Alessandra prepararam-se por meio de partilha de vivências e carismas em encontros presenciais e virtuais. “Toda preparação e preocupação com a língua e cultura local foram muito importantes. Mas a pandemia mudou tudo e mostrou que, na verdade, é preciso ter uma preparação muito mais forte espiritualmente. Foi um período de autoconhecimento, autocontrole e entender que tudo acontece no tempo de Deus”, relatou Irmã Alessandra.
Irmã Rosane Lundin, atual coordenadora geral das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, nutre uma grande expectativa com a chegada da Congregação a mais um continente. “É uma alegria muito grande em poder compartilhar nosso carisma, nosso jeito de ser e viver com o povo de Filipinas. É um grande sonho partilhado com as Irmãs Claretianas e da Nossa Senhora do Amparo. Estamos felizes por realizar os anseios de Santa Paulina, pois ela nos ensinou: ‘Trabalhem para a glória de Deus. Iremos para as Índias, para o Alaska, bem longe, se for preciso’”, disse Irmã Rosane.
As Irmãs Lidiane, Yovita e Alessandra vão residir no bairro de Bela Vista, na Diocese de Imus, onde tem um assentamento de periferia. Neste espaço, não tem igrejas e o povo necessita de assistência e acompanhamento. “Sempre nos pediram uma comunidade, porque nossas Irmãs iam uma vez por mês ou duas. Elas visitavam as famílias, faziam catequese e arrumavam padres para celebrar missa nas garagens, nas estradas, em lugares improvisados. O bairro cresceu muito depressa”, explicou Irmã Dulcinea.
Agora, o povo de Bela Vista terá uma presença missionária graças ao “sim” dessas três jovens religiosas.
Chegada em Filipinas
Com grande alegria, Irmã Yovita acolheu Irmã Lidiane e Irmã Alessandra que chegaram em Filipinas no dia 18 de fevereiro de 2022. A comunidade está completa, pronta para começar a missão junto ao povo filipino.
Texto: Renata Garcia
Foto: Comunicação CIIC