“Nós da família Minela sofremos com problemas de trombose. Muitos familiares já passaram por isso: dois irmãos do meu pai e um primo”, conta emocionado o senhor Norival. “A dor era tanta, que eu me levantava da cama”, recorda-se. Após quatro anos da amputação da primeira perna, Norival sofreu com a outra, sendo necessário amputá-la também. “Já passei por mais de 26 cirurgias, todas ligadas com a trombose”.
Mas, para quem pensa que a vida de Norival Minela é de lamentação, engana-se. Com fé em Deus e em Santa Paulina, o devoto tem força para prosseguir na caminhada. Inquieto, continua com o trabalho na roça, ajudando a família. Morador de Camboriú, casado com Maria Jaqueline, pai de três filhos e dois netos, Norival ensina que a depressão só atinge as pessoas sem fé. “Falta fé, falta família, falta ‘povão’ – pessoas que são caridosas, que ajudam uns aos outros. A vida é bela. Não podemos dizer que as coisas não dão certo. Dei minhas pernas e ganhei a vida. Tenha fé em Deus e amor à vida. Nunca devemos deixar a oração”, reflete e afirma em tom solene.
Para se locomover com mais facilidade, seja na cidade ou no campo, Norival ganhou do filho uma motocicleta adaptada: uma espécie de triciclo, devidamente legalizado. Isso foi há exatos cinco anos. De lá para cá, nunca deixou de visitar o Santuário Santa Paulina. Vez o outra, Norival deixa o conforto com a família e segue sozinho, até o Santuário, em Nova Trento. As próteses nas pernas não se adaptaram muito bem, desde a amputação. Por isso, para se locomover, prefere utilizar a cadeira de rodas ou os próprios braços.
“Uma das próteses doei para um rapaz que perdeu a perna num acidente. Fiquei emocionado ao saber que a prótese coube certinho nele. Deu certo o tamanho, a adaptação na perna”, conta. Para Norival, todos devem seguir em frente, a exemplo de Santa Paulina, que deu a vida pelos irmãos. “Não desanimar nunca. A vida e a saúde são tudo. E devemos sempre ser família de paz, doando-se imensamente”.