Padre Rossi, que sempre incentivou e acompanhou a vida religiosa de Santa Paulina, foi enviado para uma nova missão em São Paulo e nunca se esqueceu do trabalho e a irmandade de Santa Paulina. Em 1903, Pe. Rossi atuava em São Paulo, na região do Ipiranga. Naquele tempo a região onde foi proclamado a Independência do Brasil era despovoada: com poucas casas e com a habitação de muitos ex-escravos, idosos e famílias que necessitavam de cuidados médicos e atendimento social.
Vendo aquela realidade, o Padre Rossi teve uma ideia: porque não convidar as Irmãs de Nova Trento para São Paulo e ajudá-las a instalar-se no Ipiranga? Após essa reflexão o Padre procurou pelo proprietário de boa parte daquela colina e que também pensava em uma obra social para a assistência dos ex-escravos e seus filhos, privados de toda ajuda e defesa. E para sua surpresa, o proprietário Dr. José de Azevedo, não só prometeu um terreno na região, como também ajudar no pagamento da viagem de Nova Trento até São Paulo.
Em Nova Trento, a Serva de Deus passava os dias entre os trabalhos na roça e a oração, quando recebeu uma carta do Padre Rossi com a inesperada proposta e que a partir daquele dia mudaria todos seus planos. Na carta o convite para deixar Nova Trento e ir a São Paulo. O pedido também solicitava que Madre Paulina providenciasse a fundação de uma Casa em São Paulo.
Naquele dia Madre Paulina se questionou: “devo deixar Nova Trento e minhas filhas sozinhas para abraçar a cativante ideia de ir a São Paulo?” A ida para o novo estado representava a ramificação da Obra da Imaculada. No mesmo período a Serva de Deus recebeu do Pároco de Brusque (cidade vizinha de Nova Trento) o pedido de uma nova fundação: o Hospital de Azambuja, próximo a Nova Trento.
A RESPOSTA
Para surpresa, Madre Paulina aceitou auxiliar na fundação do Hospital de Azambuja, contando com o trabalho de um grande número de Irmãs que moravam em Nova Trento e poderiam auxiliar no hospital. Já para a resposta da carta do Pe. Rossi e Pe. Lombardi, superior da missão no Ipiranga, que realizou o pedido, Madre Paulina enviou a seguinte resposta “estou de acordo com Pe. Superior, e basta”.
Para a fundação de São Paulo foram designadas: Madre Paulina, Ir. Luiza de Jesus Crucificado, Ir. Serafina da Santíssima Trindade e a postulante, Josephina Pereira Gonçalves.
A VIAGEM
A ida para São Paulo foi marcada para o dia 17 de julho. Mas antes de partir, Madre Paulina deixou uma carta de encorajamento para todas as Irmãs de Nova Trento. A viagem foi feita de carroça de Nova Trento a Itajaí, depois as Irmãzinhas embarcaram em um Navio até Santos/SP e de trem completaram a viagem até São Paulo.
O pai de Madre Paulina, Napoleone Visintainer, acompanhou as religiosas durante a viagem, que durou 5 dias. Graças ao empenho do Pe. Rossi, as religiosas hospedaram-se na casa das Irmãs do Bom Pastor, onde permaneceram até o mês de dezembro, quando a Serva de Deus e as suas companheiras se transferiram para a Casa junto à Capelinha, no Alto do Ipiranga.
A SERVA DE DEUS NO IPIRANGA
Quando chegou em São Paulo, Madre Paulina procurou contato com o benfeitor, que havia oferecido o terreno e o pagamento da viagem. O dois definiram que a obra ficaria sob a direção das Irmãs e depois de um período iniciou a construção de dois quartinhos, que logo foi ocupado por famílias de ex-escravos, após, deu-se início a construção de uma capela e assim começou a Obra da primeira Santa no Ipiranga. No início diversas situações difíceis e de extrema pobreza foram enfrentadas por Madre Paulina e suas companheiras junto à comunidade que auxiliavam. Contavam sempre com a ajuda e trabalho de diversas pessoas e benfeitores.