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Santa Paulina: Alfabetização e Primeira Comunhão – Graça recebida

Imagem extraída do filme “Amábile Amável”, produzido pela Rede Século 21.

08 de setembro – Dia Internacional da Alfabetização

Nessa data especial, Dia Internacional da Alfabetização, o Santuário Santa Paulina parabeniza todos as pessoas profissionais de uma das mais belas artes e serviço: o da Alfabetização!

Aos que buscam todos os meios necessários para a aprendizagem da leitura e escrita. É uma vocação de valor incalculável!

A missão de alfabetizar é uma das mais belas e sagradas! É magnífico, é mágico, olhar nos olhos de uma criança ou de um adulto, e sentir o resultado, imensamente gratificante.

Sabemos que, no mundo inteiro, principalmente em nosso país, ainda é necessário muito empenho e compromisso das autoridades para que o direito à alfabetização seja garantido às milhares de crianças e adultos. E todos tenham acesso a esse direito sagrado.

Você lembra sua sensação quando aprendeu a ler? Quais foram seus sentimentos? Lembra quem foi sua professora ou professor de alfabetização? Onde e como foi? Caros pais, como foi presenciar seus filhos quando conseguiram aprender a ler e escrever?

Santa Paulina – um pouco de sua infância e seus estudos

Você já imaginou como como foi a questão dos estudos na vida de Santa Paulina?

Pois bem, nessa data, Dia Internacional da Alfabetização, queremos compartilhar com você, devoto, essa linda e comovente história.

A infância e adolescência de Amábile, hoje, Santa Paulina, foi marcada por situações e acontecimentos muito significativos. Um deles foi o dia que ela aprendeu a ler.

Amábile, assim era seu nome de batismo, vivia com sua família aqui, no Bairro de Vígolo, em Nova Trento, SC. Ela ajudava seus pais nos mais diversos serviços da casa e da roça.

Ela estudava? Sim, frequentava a Escola do Bairro de Vígolo, chamada, naquele tempo, de escola primária. A escola era organizada pelos colonos italianos.

Quem era a professora de Amábile? Uma jovem chamada Marina Dallabrida. Amábile tinha pouco mais de dez anos.

Você imagina que Amábile era aquela aluna brilhante, que rapidamente aprendeu a ler e a escrever? Que era uma aluna que causava o maior orgulho para seus pais e professora, no quesito aprendizagem? Enganou-se! Ela não conseguia aprender de jeito nenhum! Por mais vontade que tivesse. Aluna e professora se esforçavam, mas não havia jeito de Amábile conseguir.

Talvez você seja uma pessoa que trabalha ou já trabalhou com turmas de alfabetização, e sabe o que significa a experiência de ter aquele aluno que tem muitas dificuldades na aprendizagem. Ou você teve ou tem um filho com muita dificuldade e não consegue aprender. Exatamente assim, era Amábile.

A situação era tão séria a ponto de os pais e professora sentirem muita angústia e não saberem mais o que fazer. Dedicação e esforços não faltavam àquela pequena e bondosa menina. Mas o que havia de errado? Nada! Isso aconteceu e acontece com muitos alunos. Em todos os tempos. O que não se pode é desistir. Sim, nunca desistir. E nem Amábile, nem sua professora, nem seus pais desistiram. Mas não havia jeito. Ela não aprendia mesmo.

Vamos imaginar a continuação dessa história. Amábile ficou traumatizada, desanimada e não queria mais continuar os estudos? Ou seus pais queriam tirá-la da escola, pois parecia um “caso perdido”?  De jeito nenhum! Nem pensar! Nunca! Amábile podia até ter dificuldades, mas era persistente, corajosa, e, além de tudo, ela sabia de onde viria a luz para superar essa dificuldade. De Deus! Ela pedia muito a Ele a graça de conseguir aprender a ler e escrever. Comovidos com seu ardente desejo, a professora e os pais, também, iluminados por Deus, a orientaram que ela pedisse a Jesus essa graça, no dia de sua Primeira Comunhão.

Amábile levou muito a sério essa orientação. O padre Alberto Gattone, de nacionalidade alemã, era pároco de Brusque, cidade distante, um pouco mais de 30 km de Nova Trento. Ele vinha umas duas ou três vezes ao ano, na Capela São José, perto de Claraíba, a uns quatro km de Vígolo. A estrada de Vígolo até a capela? Era uma “picada” em meio ao mato. Amábile e seus pais iam, mesmo assim, em meio às dificuldades. Foi numa dessas missas que Amábile fez sua Primeira Comunhão, entre os anos 1876 a 1878. Ela tinha entre onze a treze anos.

Interessante que Amábile tinha prometido a Jesus que, após receber a graça de aprender a ler, durante toda sua vida não leria outros, a não ser livros religiosos. Era tão grande sua confiança, que no grande Dia de sua Primeira Comunhão, levou também, entre as mãos, um pequeno livro da vida de Santo Afonso. Embora não soubesse ler.

Amábile recebeu Jesus na Eucaristia, abriu aquele livro, e, que surpresa: conseguiu ler! Finalmente conseguiu! Após a cerimônia, emocionada, imediatamente foi contar à sua mãe, a alegre notícia!

Com admiração e sem acreditar, a mãe pediu que ela, então, lesse, para assim ter a certeza do que ouvira. Igualmente emocionada, constatou que a amada filha tinha recebido a graça que tanto pediu.

Caro devoto de Santa Paulina, qual a mensagem para o seu coração, com essa história da infância, e como Santa Paulina aprendeu a ler? Que ensinamento para pais, professores e alunos?

Mais tarde, quando jovem, Amábile sonha com Nossa Senhora. Ao receber a missão de “começar uma obra”, fala: “mas não tenho conhecimentos!” E Nossa Senhora a encoraja e diz que estará presente e Deus vai apresentar alguém para ajudá-la. Todos sabemos que Santa Paulina foi uma pessoa com muitas dificuldades, mas de uma garra extraordinária. Sempre se colocou como instrumento e deixou Deus agir!

Ao longo dos 130 anos da Congregação que ela fundou, muitas foram as Irmãzinhas que se dedicaram ao serviço de ensinar, como professoras. Dessas, muitas também foram alfabetizadoras. Quantas vezes contaram aos seus alunos essa linda história da pequena Amábile, como motivação, estímulo e apoio.

Parabéns aos alfabetizadores/as e a todos que têm a missão de ensinar! Parabéns a todos que não desanimam e nem desistem apesar das dificuldades.

Santa Paulina vivenciou, desde pequena, a mensagem que deixou a todos nós: “Nunca, jamais desanimeis, embora venham ventos contrários!”

 

Irmã Luzia Cândido dos Santos – CIIC

Santuário Santa Paulina