Velas acesas – histórias que sobem aos céus

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A luz da vela tem um valor simbólico muito rico para a nossa fé cristã.

Como em muitas igrejas, e muitos outros espaços de oração, há um velário no Santuário Santa Paulina.

Muitos peregrinos, que vêm ao Santuário pela primeira vez, perguntam:

_ “Há algum lugar onde podemos acender velas?”

_ “Sim!” quem responde, aponta o braço em direção ao velário.

O lugar, próximo a um riacho, fica numa pequena casa, bem escurecida pela fumaça das milhares de velas já acendidas.

Durante o dia, muitas pessoas vêm a esse lugar. Acendem maços de velas, rezam em silêncio, e saem. Certamente retornam às suas casas, com o coração cheio de confiança pela luz que ali fica acesa, elevando aos céus as orações feitas. O ritual de acender velas é carregado de muita simbologia. Expressa o que de mais sagrado há no coração: alegrias ou dores. Ação de Graças e súplicas.

Esse é um dos meus lugares preferidos. De peregrinação, visitação e oração diária. Vou todos os dias. Faço isso como um verdadeiro ritual.

Muitas pessoas passam diariamente. À noite, distante de luzes artificiais, o lugar irradia uma beleza ímpar. É um contraste significativo: o escuro das paredes enfumaçadas com a luminosidade de centenas de velas acesas. Há um silêncio orante que fala ao coração. É possível sentir a humanidade presente nos clamores, nas súplicas, nas ofertas e ações de Graças que as luzes manifestam. Velas acesas parecem ter voz. A voz de quem as acende.

Fico pensando: quantas histórias por trás de cada uma dessas velas acesas! Quantos risos e quantas lágrimas caem nas ceras que, lentamente, vão se derramando, escorrendo… Rezo pelas pessoas que ali estiveram durante o dia. Rezo pelas intenções que trouxeram nos seus corações, representadas nas luzes que acenderam.

Vejo, também, algumas velas apagadas. Acendo uma a uma, com carinho. Não foi para ficar apagada que alguém a colocou ali. Outras, porém, não ficaram firmes e caem no recipiente com água, na parte inferior. Essas precisam de mais paciência. Retiro, cuidadosamente. Aqueço o pavio que está molhado. Reacendo-o, e coloco novamente no lugar.

          “Vós sois o sal da terra e Luz do mundo!” (Mt 13.14)

Você, eu, todos nós… somos chamados a ser Luz! Mas há momentos em essa luz parece, aos poucos, se apagar. E apaga totalmente. Uma outra luz nos ajuda a reacender a chama da fé e continuar a caminhada. E brilhamos novamente. Há outras situações que, como as velas acesas caem e se apagam, também caímos e nos apagamos. É preciso que alguém, de luz acesa no coração, nos encontre, nos veja e, com cuidado especial, nos ajude a nos aquecer. Assim, novamente, nos tornamos portadores de luz.

Você já ajudou alguém a reencontrar e reacender a própria luz? Já encontrou pessoas “caídas” em suas próprias histórias, incapazes de se levantarem sozinhas? Já reacendeu nelas a luz da esperança, do bem querer, do próprio valor?

Ou, você já passou pela experiência de encontrar uma mão amiga e um coração de luz, que, por um simples gesto de amor, ajudou seu coração a resgatar o brilho perdido?

Viver é descobrir e cultivar a Espiritualidade da Luz, simbolizada na vela que acendemos. Assim, viveu Santa Paulina. Foi Luz! Ela continua acendendo a chama da fé em nós. Pelo seu testemunho e exemplos de amor.

“Brilhe a vossa luz!”

Irmã Luzia Cândido dos Santos – CIIC

Santuário Santa Paulina

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