Realizada no dia 19 de maio de 2002, na praça São Pedro, em Roma, a canonização foi presidida por São João Paulo II, Papa da época. A Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição (CIIC) celebra com muita alegria este marco.
Mas o que é canonização?
A canonização é o ponto máximo a que pode chegar uma pessoa humana na Igreja Católica Apostólica Romana, ser declarada Santa e ter o nome incluído na lista (cânone) dos santos. Esse processo acontece em Roma e passa por diferentes etapas.
O processo de canonização de Santa Paulina, durou 37 anos e uma das principais protagonistas deste processo, foi Ir. Célia B. Cadorin, que faleceu em julho de 2017. Ir. Célia morou vinte anos em Roma e foiconsiderada a maior postuladora de causas de beatificação e canonização do Brasil. Atuou como “secretária e advogada” no processo de canonização de Santa Paulina e de outros santos brasileiros, reunindo documentos, relatos e pessoas que foram curadas milagrosamente.
Nem mesmo a chuva fina afastou a multidão de 30 mil pessoas que assistia a cerimônia no Vaticano, entre as milhares de pessoas uma comitiva do Brasil com dezenas de Irmãzinhas, membros da FAMAPA e devotos, vivenciavam a emoção de um marco histórico e memorável para a CIIC e para a Igreja.
Ir. Ivone de Conti esteve presente no grupo de inúmeras Irmãzinhas e conta que celebrar a canonização de Santa Paulina, foi uma oportunidade de agradecer a Deus. Para ela, foi um reconhecimento de uma vida plenamente dedicada a Deus e ao serviço dos pobres e necessitados. “Além de comprovar os milagres, o processo de canonização reconheceu em Santa Paulina, as virtudes de humildade, fé, simplicidade, caridade e vida de oração em um grau heroico. Sua vida de santidade é fruto de seu esforço, para seguir os passos de Jesus, no amor e na fidelidade, em comunhão com a Trindade Santa. Ela seguiu Jesus de acordo com o Evangelho, onde encontrava as melhores lições de vida, afirma a religiosa. Entre diversas memórias daquele dia Ir. Ivone conta que sempre lembra da alegria das pessoas e do colorido das cores verde e amarelo dos brasileiros no meio da multidão. Além do destaque que Papa João Paulo II, realizou em sua homilia, quando se referiu a vida e missão de Santa Paulina como modelo de santidade, ele enfatizou que foi na intimidade com Deus e no serviço aos pobres e doentes que o “ser-para-os-outros” constituiu o embasamento da vida da primeira Santa do Brasil. Ir. Ivone ressalta a importância da celebração desta data para ela e para as Irmãzinhas “O dia 19 de maio de 2002 ficou na história como o dia da canonização de Santa Paulina, a santa que a Itália deu ao Brasil, para que o Brasil a oferecesse ao mundo. Hoje, celebrar mais um aniversário de canonização é uma nova oportunidade para agradecer ao Senhor pela vida de Santa Paulina, sua audácia, determinação e entrega a Deus para serviço das pessoas necessitadas. Sem dúvida, o exemplo de Santa Paulina é um exemplo de fé verdadeira e amor.
Já no Brasil a história de Santa Paulina protagonizam os principais noticiários do país. O fato do país que tem o maior número de católicos obter a sua primeira Santa, era motivo de festa e alegria. Em Vígolo, Nova Trento/SC, milhares de pessoas passaram a noite em vigília, a fim de participar da canonização, pelos telões, colocados na frente do atual restaurante do Santuário. Ir. Terezinha Santa Negri, conta que foi um dia de celebração na Terra onde Santa Paulina viveu, “Ficamos ali das quatro horas da manhã até às sete horas e meia. Quando anunciada a canonização houve muitos fogos, música, o entorno estava lotado de pessoas, vindas das mais diferentes cidades do Brasil e dos países vizinhos, como: Argentina, Paraguai, Uruguai entre outros. Vieram também parentes de Santa Paulina dos Estados Unidos da América”.
As celebrações da canonização aconteceram por todo o Brasil, principalmente nas comunidades e unidades onde as Irmãzinhas da Congregação fundada por Santa Paulina atuavam. Ir. Evanilda Censi, que atualmente trabalha no Santuário, explica que naquele ano, ela morava em Campos do Jordão/SP, na casa da Sagrada Família, e que na manhã do dia 19, uma procissão com a imagem de Santa Paulina foi realizada antes da missa “Mais de 500 pessoas participaram da celebração. A tradicional quadra da escola dos padres Salesianos que acolhiam a comunidade estava lotada, era nítida a alegria do povo e a felicidade dos devotos de Santa Paulina. Relembrar esta data é reviver e crescer na fé, na esperança pelo espirito de doação de Santa Paulina” afirma Ir. Evanilda.
O legado da canonização de Santa Paulina se estendeu pelo mundo. Naquele mês as Irmãzinhas que estavam em missão em outros países, realizaram um ato cerimonial nas comunidades em que trabalhavam. O ato tinha como objetivo vivenciar e divulgar a espiritualidade e santidade da história de Amábile. Ir. Marli Maria da Silva, viveu 13 anos em missão na África e relata que participou de dois atos em Moçambique, na cidade de Malema e também no distrito de Nampula. “Dramatizamos a história de Santa Paulina e envolvemos as comunidades divulgando a santidade, foram celebrações inesquecíveis. Uma canonização leva um santo a não ser exclusivo de um lugar, mas de todos aqueles que o conhecem e o tornam conhecido, visto que ele passa a ser da Igreja relata Ir. Marli. E assim ocorreu com Santa Paulina, as Irmãs, missionários, FAMAPA e devotos a tornam conhecida nos países e comunidades em que vivem, construindo este legado de dedicação e amor ao próximo.
O Santuário Santa Paulina, em Nova Trento (SC), celebrará o aniversário de canonização no domingo (20), nas missas das 6h (transmitida pelas TV’s Aparecida e Evangelizar), 8h, 10h, 14h e 16h. Em São Paulo (SP), na Capela Sagrada Família e Santa Paulina, a celebração também será no dia 20 de maio, às 11 horas.