Em meio à majestosa Serra de Santa Catarina, o Santuário Santa Paulina se ergue como um farol de fé e amor missionário. Mas há uma outra grande missionária, Doutora da Igreja e Padroeira Universal das Missões, que inspira milhões de peregrinos e cuja mensagem de “pequenez” ecoa em cada canto de fé: Santa Teresinha do Menino Jesus.
Como uma jovem freira carmelita que nunca deixou as grades de seu convento na França, Teresa de Lisieux (1873-1897) conquistou o título de Padroeira das Missões ao lado de São Francisco Xavier. O paradoxo é fascinante, e é justamente nesse contraste que reside a força de sua espiritualidade, a famosa “Pequena Via”.
A Força da “Pequena Via”: Por Que Teresinha é a Padroeira das Missões?
Muitos se perguntam: como alguém que viveu enclausurada pode ser a patrona daqueles que viajam por terras distantes? A resposta está na revolução espiritual que Teresinha propôs.
Enquanto a Igreja celebrava grandes feitos e sacrifícios heroicos, Teresinha descobriu que a santidade é acessível a todos. A Pequena Via é o caminho de realizar os deveres cotidianos – as pequenas ações, sacrifícios e gestos de caridade – não com heroísmo exterior, mas com um extraordinário amor a Jesus.
Oração Contemplativa: Seu convento era sua “missão”. Ela oferecia cada oração, cada dor e cada incômodo pela conversão dos pecadores e pelo sustento espiritual dos Missionários no campo.
“Chuva de Rosas”: Sua promessa de que, após sua morte, faria cair uma “chuva de rosas” (graças e milagres) sobre a Terra. Essa é a manifestação de sua atividade missionária no Céu.
No Coração da Igreja: Teresinha desejava ser “tudo” na Igreja: apóstola, mártir, missionária. Ao meditar nas Cartas de São Paulo, ela entendeu que sua vocação era o Amor. “No coração da Igreja, minha Mãe, eu serei o amor, e assim serei tudo, e o meu sonho se realizará”, escreveu ela. O Amor é a força que move a Missão.
Conexão de Amor: Santa Teresinha e Santa Paulina
Embora de épocas e vocações diferentes, Santa Teresinha e Santa Paulina (Amábile Lúcia Visintainer) compartilham o mesmo DNA da santidade: o foco na humildade e na caridade para servir a Deus.
A Caridade no Cotidiano: Santa Teresinha vivia a caridade nos pequenos atritos da vida comunitária no Carmelo, transformando o “ordinário” em “extraordinário” para Deus. Da mesma forma, Santa Paulina, a primeira Santa do Brasil, começou sua obra de acolhimento aos doentes e idosos com gestos simples, humildes e despojados em Vígolo, Nova Trento.
O Testemunho da Pequenez: As duas santas nos ensinam que a santidade é para todos, independentemente da grandiosidade da ação. É o amor colocado no gesto que o torna divino. A “pequenez” de Teresinha na clausura encontra eco na humildade de Paulina ao cuidar dos mais necessitados.
Ao visitar o Santuário Santa Paulina, o peregrino é convidado a levar a mensagem de Santa Teresinha do Menino Jesus: você não precisa ir longe para ser um missionário. Seja missionário no seu lar, no seu trabalho, na sua comunidade, vivendo a Pequena Via do Amor.